Certa vez, eu vivi em um planeta em período de transição. Ele não era o mais atrasado em evolução, mas não era muito adiantado também. Seus habitantes eram muito diversos. Espíritos em muitos estágios evolutivos. Alguns poucos eram personalidades extremamente boas e outras eram simplesmente boas, puras de pensamento e de coração. Mas a grande maioria era composta de pessoas muito perdidas, completamente cegas e confusas. Eram de todas as raças e classes sociais: desde governantes e poderosos até moradores de rua. Muitos eram os perdidos. E o mundo todo sofria porque existia um sistema que fazia questão de manter toda a cegueira e confusão, apenas para se manter no poder. Pois é... poder! O grande problema desse planeta em que habitei era que ele ainda usava o dinheiro. Falando assim parece absurdo e inimaginável, como um planeta todo pode funcionar assim? Mas é verdade, aquele planeta era controlado pelo dinheiro. Lá as pessoas encarnadas precisavam comer alimentos para se manterem vivas no mundo material, mas quem não tinha dinheiro não comia porque a comida essencial para a vida só era conseguida por quem tivesse o dinheiro para comprá-la. É muito estranho pensar que só quem tivesse dinheiro possuía uma casa para morar, uma roupa para vestir e, até mesmo, água para beber. Não havia sobrado nada naquele planeta, nada do que a mãe natureza havia dado a eles gratuitamente. Tudo foi roubado e dominado pela ganância humana. Eles haviam transformado o planeta todo em muitas propriedade privadas, isso mesmo: propriedades privadas. Não eram como irmãos e muito menos se amavam uns aos outros. Em verdade cada um queria ter mais e estavam sempre correndo atrás de algo para chamar de "meu". Haviam árvores bonitas e lugares bonitos onde não era possível nem mesmo chegar para contemplar se não tivesse o dinheiro. Lugares lindos onde era proibido chegar porque alguém havia trocado aquele pedaço de chão do planeta por uma certa quantidade de papel e então dizia que aquilo era dele até o dia da sua morte. Mas eles costumavam ser tão confusos que o dinheiro fazia com que eles se esquecessem que chegaria o dia da morte. Eles passavam a vida juntando o dinheiro e pensando o tempo todo em como fazer para juntar mais. Isso enquanto o sistema de informação enchia todos eles de medo e pânico, transformando qualquer notícia em oportunidade de manipulação e controle de massas. Eles passavam a vida toda assim e, no fim da vida, não estavam mais correndo para juntar, porém viviam o resto dos seus dias com medo de serem roubados ou de perderem aquilo que haviam perseguido e juntado a vida inteira. Parece estranho mas quase todos os habitantes do planeta eram desconhecedores do que é ter paz, tranquilidade, contemplar a vida, a natureza, o amor. Se entregar àquele momento. Ter paz. Ao contrario disso eles passavam a vida buscando a felicidade através da ausência de problemas, através de momentos tranquilos e através do dinheiro. Não sabiam amar, não eram plenamente felizes e não sabiam ter paz.
E o pior ainda vinha depois, porque quando desencarnavam, ele continuavam perdidos. Caiam em um completo estado de negação do desencarne e ficavam vagando em um lugar sombrio que existia por conta dos próprios pensamentos e sentimentos negativos da humanidade. Havia tanta sombra que a Luz mal conseguia penetrar. Ficavam perdidos, apavorados e buscando socorro. Mas sua própria consciência e seus maus pensamentos era que os aprisionavam lá.
E nesse planeta havia um grupo muito pequeno que era disposto a ajudar. Só que alguns deles nem eram humanos, apenas estavam lá no planeta para ajudar. Outros não eram humanos mas estavam lá também para aprender algo, como eu naqueles dias. Não eram humanos, mas estavam humanos naquele momento. E os Humanos de lá reencarnavam para aprender algo novo também, e para evoluir e chegar ao final daquele estágio de vida sendo pessoas ainda melhores do que eram quando renasceram. E mais uma vez se perdiam na ganância das posses e do dinheiro. Da aparência e da ilusão. Da mágoa, rancor, ódio, egoísmo, julgamento. E muitos ficavam repetindo e repetindo por séculos a fio. Se ao menos pudessem ter a consciência de que estavam lá para aprender, para refazer, talvez fariam diferente. Talvez se lembrariam de que o dinheiro iria ficar, de que as posses iriam passar pra outros que viriam. Se lembrariam de que essas coisas egoístas não durariam mais que uma vida. E saberiam que uma vida lá é menos que um dia na eternidade. Saberiam que existem coisas que é possível levar consigo na passagem. O bem que fizeram, o amor que levaram até os outros, as vezes em que foram capazes de sentir empatia e entender o sentimentos dos outros. Ah se soubessem o quanto evoluem quando aprendem a não julgar a ninguém, mas sim a respeitar. Mas preferem levar consigo o rancor, raiva, medo, remorso, dor, saudade, ilusões. E continuam pensando que poderiam levar as coisas materiais que tinham.
Aquele planeta em que vivi, está muito confuso, não sei como eles vão fazer para sair dessa situação.
Eu continuo enviando boas energias a eles. Tentando enviar um pouco de amor em meio a todo aquele medo. O amor elimina o medo, mas também o medo elimina o amor. E é pouco amor e muito medo. Sei que o amor triunfará. Sei que os trabalhadores das Luz e seres evoluídos têm dado muita ajuda por lá. Mas se toda a humanidade conseguisse ver...
É tão bom poder não sentir medo, aprender a fazer algo e trabalhar por prazer, sem salários e sem dinheiro. Pelo prazer em aprender. Prazer em servir. Sabendo que enquanto eu cuido de algo os outros todos cuidam de todo o resto. Cada um se levanta e faz a sua parte por amor. E busca oportunidades de servir ao irmão. Coloca o amor e os sentimentos do outro como coisas mais importantes. Quem quer comer, coma. Quem quer vestir, vista. Quem quer beber, beba. Quem quer sorrir, sorria sem o medo. Nunca se sentir só. Sempre saber que é amado por todos. Saber que posso pegar o que preciso porque alguém fez com amor. Fazer o que sei fazer, não por dinheiro, mas para entregar aos outros por amor e eles fazerem o mesmo por mim. Ter uma só consciência, saber que o outro é tão importante quanto eu mesmo e jamais me colocar, com egoísmo, acima deles. Eles ainda descobrirão que isso sim é viver. E vivendo assim, a passagem da morte se torna tranquila. Em lugar de medo e tormenta, continuamos a seguir no amor.
Eles estão agora em um momento de passagem. Que as nossas energias de amor ajudem com que eles entendam que eles não são o que eles têm, mas que eles são o que são, na mais pura essência do Universo. Assim como o Grande Eu Sou. Eu sou o Que Sou, Eu Sou Puro Amor.
A todos os Habitantes da Terra, Amor e Paz!
Um texto de Jaciel Almeida ( inspiração de um espírito amigo)
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