domingo, 5 de março de 2017

A Importância de reconhecer-se


Havia uma fazenda onde viviam muitas galinhas. O galinheiro era cercado por uma grande tela. Dentro desse cercado, elas tinham tudo o que necessitavam: uma área coberta para sua proteção, poleiros para dormir, terra para ciscar, raízes, minhocas, grãos, etc.

Dentre todas as galinhas e frangos do galinheiro havia um que se sentia diferente dos outros. Ele era totalmente deslocado. Não conseguia se adaptar às rotinas do grupo. Não conseguia interagir com interesse nas conversas do dia a dia. Jamais sentia interesse pelas mesmas atividades. A alimentação não lhe parecia tão boa e nem a ideal. Mas como ele fora criado dentro desse grupo, aprendeu a ser como os outros, mesmo não se adaptando totalmente. Ele havia entrando em uma segura zona de conforto. Estava, de certa forma, conformado, mas nunca estava realizado.

Na medida em que o tempo passava ele sentia algo estranho em seu interior, uma saudade de alguma coisa que não sabia explicar. Uma vontade de ser algo que não podia descrever. A solidão crescia a cada dia. Cada vez se sentia mais deslocado do grupo. Algo dentro de seu coração sempre lhe dizia que ele era diferente, mas ele não conseguia entender o que e nem o porquê.

O fato de sempre estar imerso no grupo não lhe deixava ouvir com clareza seus próprios pensamentos e muito menos seus próprios sentimentos. Dentro do grupo estavam sempre enchendo a cabeça uns dos outros com uma avalanche de informações cheias de medo, violência e pavor. Outras atividades eram altamente distrativas como jogos, torcidas, festas, tecnologias de entretenimentos e muito mais. Ele nunca tinha tempo para estar com ele mesmo. Desde o início de sua vida fora totalmente condicionado a viver dentro do cercado do galinheiro e seguindo a todas as regras e ensinamentos do galinheiro como se fossem verdades universais. Muitas daquelas verdades eram impostas pelo medo, outras eram implantadas sutilmente durante toda a vida, como uma hipnose involuntária que condicionava todas as mentes a fazer algo do interesse maior do sistema. Ninguém vivia pra si mesmo e nem por si mesmo. Ele nunca conseguia estar só consigo mesmo, e muito menos conseguia ouvir a si próprio estando imerso nessa doentia sociedade. Afinal quem era ele? A resposta nem mesmo ele sabia.

Um belo dia ele não aguentou mais e procurou sair do meio de todo aquele barulho e agitação para tentar ouvir a voz de seu interior. Não sabia onde poderia ir porque, além de nunca poder sair do cercado, havia lugares lá dentro onde era proibido ir também. Mas ele saiu e foi andando e andando. Foi se afastando cada vez mais do grupo todo. Seguiu por um caminho deserto e continuou seguindo por uma trilha onde sempre lhe disseram que era muito arriscado seguir. Mas uma voz interior lhe dizia que o caminho era mesmo por ali. Pela primeira vez em sua vida, ele não tinha ninguém por perto para lhe dizer o contrário, então ele ouviu e seguiu a sua voz interior sem oposição de fora dessa vez.

No final dessa trilha ele encontrou um grande lago do qual ninguém nunca havia lhe falado. Com muito receio ele foi se aproximando daquele lago. Ele sentia que algo aconteceria ali que mudaria a sua vida para sempre. Foi um momento lindo de mais puro silêncio, silêncio externo e silêncio interior. Não havia ninguém ali para desencorajá-lo. Foi quando ele se aproximou da margem do lago. Olho para a água que lindamente refletia o azul do céu e mostrava os desenhos das nuvens que flutuavam lindamente e tranquilamente como pedaços de algodão naquele imenso e lindo azul. Foi se aproximando mais e mais até que surgiu, no fundo do lago, bem na sua frente uma águia. Ele correu como nunca sem nem mesmo olhar pra trás. Estava aterrorizado. Ao chegar perto do grupo, não comentou nada com ninguém.

No dia seguinte, sentiu uma vontade irresistível de voltar naquele mesmo lugar. Saiu então de fininho e seguiu a mesma trilha em direção ao lago. Sozinho, sem ninguém condicionado pelo sistema para desencorajá-lo. Aproximou-se do lago e admirou o céu. O céu... Ele nunca havia admirado o céu até o dia em que pode ficar só consigo mesmo. Se não tivesse encontrado aquele lago em um momento de introspecção, era possível que passasse a vida inteira como todos os outros da sua comunidade, sem olhar para o céu, sem ver aquele lindo azul e aquelas lindas nuvens, sem ver a lua e as estrelas, sem observar a beleza das plantas e o colorido das flores. Passaria, como eles, a vida inteira apenas olhando para o chão. É verdade que ele ainda estava olhando para o chão quando encontrou aquele lago, mas seu sentimento interior o permitiu ver através do lago algo muito mais bonito que estava além das suas perspectivas de observação e a partir daquele dia ele havia aprendido a olhar também para o alto, algo que nunca na sociedade haviam lhe ensinado.

Foi se aproximando novamente do lago agora decidido a olhar bem para aquela águia caso ela surgisse de novo no fundo do lago. Foi vagarosamente se aproximando e com muita cautela. Logo foi surgindo também vagarosamente o rosto da águia. Ele moveu a cabeça para o lado e a águia o imitou. Percebeu que ela imitava também suas expressões. Foi quando um vento bateu e agitou as águas do lago e ele então percebeu que aquela imagem se tratava de um reflexo do seu próprio rosto!

Em um infindável momento de incredulidade e um certo pânico, ele pôde compreender dentro de sua própria mente o porquê de tantas coisas. Pôde entender o real motivo de sua dificuldade de adaptação no grupo. Sua falta de interesse pelas atividades e pelas conversas. Entendeu o motivo de suas garras serem tão grandes e diferentes e sua dificuldade tremenda em conseguir ciscar e comer coisas do chão como os outros. Por isso sempre precisava de ajuda. Mas como ninguém nunca havia dito a ele que ele era assim tão diferente? Claro, cada um ali só se preocupava consigo mesmo. Todos só se ocupavam em ter, ninguém se empenhava em ser alguém melhor. Era incrível como nunca haviam reparado tanta diferença nele. E o mais incrível: como ele mesmo nunca havia percebido isso? Ele era uma águia e não um frango! Mas os condicionamentos que lhe foram impostos desde bem pequeno o impediram de reparar em si mesmo. Ele podia até mesmo voar, mas nunca nem havia pensado na possibilidade de bater suas asas. O encontro consigo mesmo fez com que se abrisse um Universo todo de novas possibilidades!

Ele voltou ao centro do galinheiro, mas não conseguia ser mais o mesmo. Ele agora estava seguro de quem era, ou pelo menos sabia um caminho a seguir. Não conseguia mais ficar parado ali fazendo as mesmas atividades que sempre lhe consumiam por dentro. Ele então olhava para o cercado do galinheiro e vislumbrava a possibilidade de haver infinitas coisas desconhecidas lá fora. Poderia ser perigoso, mas a vontade que o impulsionava era maior do que qualquer perigo existente.

Ele, então, se posicionou no meio do galinheiro e abriu as suas lindas asas de águia, pois não tinha mais a necessidade de se esconder. Quando os outros viram aquilo, nem repararam que ele estava tão diferente e com o comportamento mudado. Tudo o que faziam era tentar impedi-lo de fazer aquela loucura. Uns diziam que se ele fizesse aquilo iria se arrepender e querer voltar depois. Outros diziam que iria morrer. Outros, ainda, afirmavam ser uma loucura o que ele estava fazendo. Aquilo era impossível. Eles não podiam voar e mesmo se conseguissem jamais conseguiriam passar pela cerca. Mas ele aprendeu a não ouvir a mais ninguém. Abriu as asas, se abaixou e voou...

A cada batida de asas ia ficando mais alto. Jamais em sua vida havia imaginado ser possível chegar tão alto. Os outros não acreditavam no que viam. E logo que ele ultrapassou a cerca, eles o chamaram de louco e retornaram as suas rotinas. Todos voltaram a olhar para o chão e a viver mecanicamente de novo. Mas a águia continuou seu voo. Cada vez mais longe e cada vez mais alto.  Descobriu novos horizontes. Tornou-se realizado. Descobriu que alimentos o fariam bem. E o mais importante de tudo: pôde encontrar seus iguais e pôde, desde então, conviver com eles.

Muitas limitações nos são impostas durante toda a nossa vida. Muito medo é colocado em nossa mente. Muitas crenças limitadoras nos são ensinadas. É preciso ter coragem para seguir o caminho que te possibilita estar só consigo mesmo, silenciar-se do mundo e ouvir a voz do Eu interior. Só assim é possível ver a sua verdadeira imagem no reflexo do seu grande lago interior (o que pode ser assustador à primeira vista, mas isso muda tudo em sua vida). Descobrir quem você é e se esquecer do que os outros te disseram que você era. Depois disso será impossível voltar, você terá descoberto um Universo cheio de infinitas possibilidades baseadas em quem você realmente é e não do que te ensinaram a ser.

Paz e Luz

Um texto de Jaciel Almeida

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Cookies de resíduo do Leite de Aveia

Olá,

Em postagem anterior, nós mostramos como é rápido e fácil fazer o leite de aveia. Espero que tenham gostado!
Agora surge uma questão: o que podemos fazer com o resíduo da aveia que sobra após coar o leite?
Bem, a aveia serve para enriquecer muitas receitas, mas eu amo fazer cookies com o resíduo do leite de aveia, fica maravilhoso! Aveia é ótima para o intestino, colesterol dentre outras coisas.

E aqui vai a receita!

Ingredientes:
– 1 xíc (chá) de resíduo do leite de aveia
– 1 xíc (chá) de açúcar mascavo ( no meu caso eu nem coloco açúcar)
– 1/2 xíc (chá) de óleo de coco (ou óleo vegetal)
– 1 xíc (chá) de farinha de trigo (pode ser integral)
– 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
– 1 colher (chá) de extrato de baunilha
– Uma pitada de sal
– Canela a gosto

– Chocolate a gosto ( se preferir)
– Uva passa é ótimo para dar um toque especial de sabor
– Castanha, ameixa fica ótimo também, ... 

Como fazer!

Em uma tigela adicione o resíduo de aveia, o óleo e o açúcar e mexa bem, até que se forme uma massa mole. Junte o restante dos ingredientes e misture muito bem.
Pré aqueça o forno em mais ou menos 180ºC.



Unte uma forma com óleo e modele os cookies. Unte as mãos com óleo e faça bolinhas e depois achate levemente com a palma das mãos.Coloque-os na assadeira a uns 2 cm de distância um do outro. Aperte um pouco com um garfo úmido. Vale colocar pedacinhos de castanhas, gotas de chocolate, passas ou ameixa por cima pressionando levemente para grudar.




Leve-os ao forno. O tempo para assar é de 15 a 20 min. Quando estiverem dourados e macios pode retirar. 
Agora é só deliciar-se!




sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Receita de Leite de Aveia


Olá, sou Jaciel Almeida e trago hoje uma receita especial!

Para quem não gosta de consumir produtos de origem animal ou não ingere lactose existe a solução dos leites vegetais. Há uma variedade de grãos dos quais se é possível produzir o leite. Os dois mais fáceis são o Leite de arroz e o leite de aveia, por não precisarem de máquina, apenas de liquidificador.

Deixo aqui a receita do leite de aveia que, na minha opinião, é o mais gostoso. Aproveitem!

  • 2 xícaras (chá) de aveia em flocos
  • 3 xícaras (chá) de água
  • 1 colher (chá) de extrato de baunilha
  • Açúcar a gosto, se necessário

  • Instruções de preparo

    1. Deixe a aveia de molho na água por, pelo menos, 1h.
    2. Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata bem. Coe com um pano fino e leve a geladeira.
    3. Dura 03 dias refrigerado.

    Obs.: Para o leite não ficar muito viscoso na hora de coar, costumo bater junto com algumas pedrinhas de gelo.
    Com o resíduo da aveia é possível fazer deliciosas receitas. Eu gosto de fazer cookies, colocarei a receita na próxima postagem.
    Deliciem-se!